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Entrevistamos o ciclista Top Ten Mundial Henrique Avancini, de olho em uma vaga nos Jogos Olímpicos

  • focodesportivo
  • 17 de jun. de 2015
  • 3 min de leitura

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A entrevista de hoje traz um dos atletas petropolitanos que mais está se destacando no cenário brasileiro e mundial. Estamos falando de Henrique Avancini, que está em 10º no Ranking mundial de XCO (Cross Country Olímpico) e tem o objetivo de representar o Brasil nos Jogos do Rio de Janeiro e de conquistar vitórias internacionais, e assim trazer reconhecimento para seu país e modalidade, sempre defendendo o esporte livre de substâncias proibidas e como meio de melhoria de qualidade de vida.


FocoDesportivo: O que motiva estar no esporte? Quando começou esse interesse?

Henrique Avancini: O Mountain Bike é meu trabalho porque “por acaso” faço bem o que gosto, mas acima disso o esporte é minha paixão. Comecei a competir aos oito anos de idade e hoje, com 26, costumo dizer que cresci como pessoa e atleta ao mesmo tempo. Ser atleta é meu estilo de vida. Não é só o que eu faço, mas sim quem eu sou.


FD: Quais foram as principais competições de sua carreira?

HA: Já competi praticamente em todas as principais competições do mundo, viajando por mais de 30 países e vencendo em 12 países. Minhas maiores vitórias foram a Bundesliga na Alemanha em 2013, a medalha de ouro nos Jogos Sulamericanos de 2014 e o título Panamericano neste ano, na Colômbia.


FD: Qual sonho ainda busca alcançar?

HA: Ainda não competi nos Jogos Olímpicos. Hoje meu trabalho e preparação é todo voltado para os Jogos Olímpicos Rio 2016. No momento tenho uma boa vantagem no critério seletivo para os Jogos, mas desejo competir e buscar um resultado expressivo. Eu vejo os Jogos Olímpicos do Rio como a prova mais importante da minha carreira, porém mais do que isso. Vejo como uma grande oportunidade para trazer algo de bom para meu país, pois a bicicleta é um meio ligado principalmente a três esferas: esporte, lazer e transporte. Quanto melhor for meu resultado nos Jogos, maior será minha voz para lutar pelo que acredito e isso é minha maior motivação para me preparar todos os dias. Além disso, a busca eterna é fazer o esporte crescer no país.


FD: Como está sendo a preparação para as competições que estão por vir e quais são elas?

HA: Tive um começo de temporada excelente. 3 vitórias pelo ranking internacional e um 2° lugar no maior torneio de abertura da temporada na Europa. Em maio passei por um momento bem difícil, com uma lesão no pé esquerdo. Tive uma sequência ruim de competições e no momento me sinto recuperado e voltando a boa forma. No final do mês embarco novamente para Europa onde fico uns dias no centro de treinamento da Red Bull na Áustria, e para competir na terceira etapa da Copa do Mundo na Suíça. Após a Copa do Mundo retorno ao Brasil para competir no Campeonato Brasileiro que será em casa, no Vale do Cuiabá dia 19 de julho e espero contar com boa torcida dos conterrâneos.


FD: Recentemente você sofreu uma lesão, como foi sua recuperação e a expectativa de voltar as pistas?

HA: Faz parte do contexto, mas é uma guerra interna. Você vê tudo sendo perdido. É um esporte individual e de alto desempenho tecnicamente e fisicamente. Se você estiver 95% você não consegue competir a nível mundial. Foi um momento difícil pro corpo e ainda mais pra cabeça. Não consegui competir bem nas duas primeiras etapas da Copa do Mundo, mas ainda tenho metade da temporada pela frente e não faltam oportunidades para manter o saldo positivo. De qualquer maneira em momentos como esse que passei, um atleta se destrói ou cresce. Acho que mais uma vez aprendi um pouquinho.


FD: Como é estar em 10º no ranking mundial?

HA: Foi uma grande realização pra mim e pra modalidade no Brasil. Nunca sonhamos que um brasileiro chegaria nesse nível e fico extremamente honrado de alcançar a marca mesmo sendo jovem para modalidade. Isso chama atenção para a modalidade e faz o esporte crescer como um todo. Não é fácil nem simples chegar nesse nível e muito mais difícil conseguir manter-se nesse patamar, então é “pezinho no chão” e muito trabalho.


FD: Qual recado você deixa para aqueles que querem começar na modalidade?

HA: O mountain bike é mais que uma atividade física, é algo que pode mudar seus conceitos em relação a qualidade de vida, companheirismo, respeito a natureza, auto-conhecimento e superação. É um esporte que você experimenta o contato com a natureza, com a velocidade, com o esforço e que é prazeroso pra quem se envolve, pois talvez seja um dos esportes onde você mais consiga notar a evolução do corpo e a capacidade que temos de nos adaptar a novas condições. Vale à pena experimentar e confirmar que eu não estou exagerando nem um pouco.


 
 
 

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