Entrevistamos o professor e paratleta Marcelo Correa.
- focodesportivo
- 16 de fev. de 2015
- 2 min de leitura
O paratleta Marcelo Correa, conhecido por todos como Marcelão, há mais de dez anos pratica esportes e hoje é técnico da equipe petropolitana de bocha adaptada. Em 2015, Marcelo pretende repetir o feito de ficar entre os três melhores do Brasil no campeonato de arremesso de peso.
Foco Desportivo: Atualmente, quais cargos você ocupa e qual modalidade pratica?
Marcelo Correa: Eu sou professor de educação física, pós-graduado, sou para atleta de arremesso de peso KCF37 e sou treinador de bocha adaptada, modalidade praticada por paralisados cerebrais severos.
FD: Quais são os títulos já conquistados?
MC: Pentacampeão brasileiro e oitavo do mundo na Inglaterra, ano retrasado vice-campeão e ano passado terceiro lugar no arremesso de peso.
FD: Qual a importância do esporte para o deficiente físico?
MC: Além de promover, principalmente, a inclusão da pessoa com deficiência você resgata a cidadania e mostra também que a pessoa com deficiência é um ser humano produtivo, como qualquer outro, não inválido, como muita gente costuma achar que a pessoa com deficiência é.
FD: São muitas as dificuldades que o atleta com deficiência encontra?
MC: Sim! São várias, até porque a modalidade paralímpica não é vista como um esporte de alto rendimento e por isso muitas vezes é difícil arrumar apoio, patrocínio e a gente acaba dependendo do poder público, porque a nossa iniciativa privada não participa, ela se omite da sua responsabilidade, quanto empresa, e quer só patrocinar time de futebol, corredor de competições, de forma geral. O paradesporto não é visto como um esporte de alto rendimento sendo que na última paralimpíada o Brasil ficou em sétimo e a previsão é que fique em quinto na próxima, porque o esporte com deficiente trás muito mais resultado do que o dito normal.
FD: Em Petrópolis há espaço para o crescimento do esporte paralímpico?
MC: O mercado é grande, mas o investimento ainda é pouco. Hoje, a gente está mais voltado com o apoio da Prefeitura Municipal de Petrópolis e da Secretaria de Esporte que vem nos apoiando nas nossas ações, mas a empresa privada é zero ainda.
FD: Quais são as próximas competições do calendário?
MC: Em maio haverá um Campeonato Regional de Bocha aqui (em Petrópolis), valendo vaga para o brasileiro e vêm pessoas de Minas (Gerais), Rio de Janeiro, Niterói e Petrópolis, que é a única cidade da região Serrana que tem para desportos. E em março eu estou em Curitiba, para disputar o regional, valendo vaga para o brasileiro desse ano do Circuito Caixa Econômica Federal.
FD: Quais são as expectativas para o ano de 2015?
MC: É ir bem no regional, conseguindo vaga para o brasileiro e ficar entre os três do Brasil novamente, é a meta que tenho como atleta. E que os nossos paratletas consigam vaga no regional de bocha, para o brasileiro também.
“O nosso maior limitador somos nós mesmos. A limitação física não te atrapalha em nada, o que te atrapalha é a sua decisão. Você precisa ter a decisão de começar a fazer alguma atividade física e para isso nós estamos aqui. É só me procurar que nós estamos aí, prontos a ver o que a pessoa pode praticar porque com certeza ela pode praticar alguma coisa.”, encerrou Marcelo.
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