Entrevista: Hingo Hammes, Presidente da Liga Petropolitana de Desportos
- focodesportivo
- 17 de nov. de 2014
- 5 min de leitura
O presidente da Liga Petropolitana de Desportos (LPD), Hingo Hammes, pretende que os campeonatos de futebol da Liga tenham a participação de 18 clubes no ano de 2015. Por isso, já começou um trabalho de relacionamento para aumentar o número de filiados. A Liga tem também planos para que as escolas da cidade representem os clubes em competições de outras modalidades no próximo ano. Confira:
Foco Desportivo: Mesmo diante do caos financeiro que a Liga estava, qual foi a motivação para se candidatar a presidência?
Hingo Hammes: Na verdade o presidente era o Flávio Fiuza, que me convidou a ajudá-lo na parte administrativa quando o então presidente, Luiz Fernando Gandula, veio a falecer e ele assumiu o cargo, exatamente para sanar as dívidas que a Liga tinha nessa época. Esse foi o convite inicial, que me motivou a abraçar a causa. Não era uma dívida tão grande também, como todo mundo imaginava que tinha um valor “x, y, z”, mas nunca tinham concreto, qual o valor certo. Eu levantei esse valor e a gente conseguiu com a ajuda da Secretaria de Esportes e do Bico da Bota, principalmente, que é o privado que atendeu a gente, trazer mais clubes para a entidade e, consequentemente, mais receita para a LPD. Foi possível pagar as dívidas que existiam nesse período. A principal motivação foi deixar a Liga isenta para projetos futuros.
FD: Que ação destacaria como mais expressiva do seu mandato desde o início do ano, em fevereiro, até agora?
HH: Foi sanar as dívidas. E também os campeonatos da Liga vem, há alguns anos, com 4 ou 5 equipes. Este ano a gente está com 11 equipes filiadas e campeonatos que chegam a 7, 8 equipes. Só o Sub 20 que jogou com 4 equipes apenas, mas minha perspectiva é ter 6 equipes no Sub 20 em 2015.
FD: Como foi esse trabalho de recuperar os clubes para os campeonatos?
HH: Foi um trabalho de relacionamento, primeiro. E segundo, com o incentivo da prefeitura de custear toda a arbitragem da competição, facilitou bastante meu trabalho também, porque favoreceu a volta dos clubes. Então eu consegui trazer o Corrêas, o Serrano, o Boa esperança... Todos eles tinham dívida com a Liga, eu consegui conversar com eles e fazer um acordo para que sanassem essas dívidas, não isentei ninguéma, eu apenas parcelei, ajustei para que eles pudessem pagar. Ninguém teve isenção de nada, pelo contrário, pagou a dívida e está participando dos campeonatos dentro da legalidade. E eu tenho mais dois clubes, o Pedro do Rio e a Posse, que a gente está conversando e tem grandes chances deles voltarem em 2015. Eu não tenho 20 clubes hoje nem para procurar, seria um sonho hoje ter 18 clubes competindo na Liga Petropolitana, seria um número bastante expressivo para o que a gente tem hoje.
FD: Mais equipes, clubes e atletas de outras modalidades esportivas estão sendo agregadas a Liga?
HH: Em Petrópolis, a gente tem um problema muito sério com isso, que poucos clubes têm equipes de handebol, voleibol... Seria muito bacana ter a Liga com três, quatro modalidades esportivas. Então assim, hoje a gente sabe das dificuldades que os clubes enfrentam também, nem todos eles têm outras modalidades. Mas, nosso objetivo é ter outros tipos de esportes atuando na Liga. A idéia também é incentivar os jogos estudantis para que as escolas representem os clubes nos campeonatos. E os clubes seriam o espaço físico e o nome para que a escola possa representar bem cada um deles.
FD: Na sua avaliação, quais as ações mais importantes para alcançar o atual ponto de crescimento que a Liga se encontra?
HH: Resgatar credibilidade é a principal delas. Esse é o ponto que eu venho batendo há muito tempo. Tendo credibilidade você consegue muita coisa. A gente tem um trabalho na cidade, tem um relacionamento no município, então, você consegue alguns parceiros para confiar em você no início. Eu quero que eles ajudem a entidade, e reconheçam que, com essa ajuda a entidade, vão ter um retorno. A pessoa resgatando a credibilidade da instituição, dentro desse trabalho que foi feito, a probabilidade de que mais parceiros nos procurem para apoiar e, consequentemente ajudar a parte administrativa, só vai favorecer.o trabalho no próximo ano.
FD: Até que ponto o cargo de Coordenador de Esportes da Allen Esportes influência nas decisões que tem obrigação de tomar como presidente da LDP?
HH: O meu cargo na Allen Esportes trata mais de tecnologia voltada para o esporte, mas me ajudou muito na parte estratégica, de planejamento, acompanhamento, soluções dos casos, entrega com o cliente... Por isso, tudo eu sou responsável no meu trabalho, que é de onde eu tiro meu dinheiro para viver, já que a Liga é um trabalho voluntário, então isso me ajuda nesse sentido. Fora isso, a gente tem acesso a muitas pessoas importantes, posso citar aqui: a Confederação Brasileira de Tênis de Mesa; a Federação de Futebol; outras entidades que a gente tem acesso, que eu tenho muita influência através do meu trabalho, que eu consegui replicar alguma coisa para dentro da Liga Petropolitana. Vendo por esse link ajuda bastante.
FD: Que posição a Liga adota diante de um caso de W.O. , que é a vitória do competidor ou equipe quando o adversário está impossibilitado de competir ou não comparece?
HH: Na verdade a gente criou uma regra. Porque o que acontece é que a regra do regulamento era que quando um time perde de W.O. ele é obrigado a pagar a despesa do adversário. Primeiro esse ano a prefeitura está custeando a arbitragem, e tem que ter uma punição, W.O. não pode passar isento. Ele vai ser julgado pela comissão disciplinar, justificar o porquê desse W.O. dele. E segundo tem que ter alguma multa, então a gente estipulou que o clube pagaria a taxa de arbitragem, mesmo com a prefeitura pagando ele pagaria essa taxa de arbitragem só que para a Liga. Esse dinheiro vai ficar na instituição. Esse foi o primeiro passo que nós fizemos para minimizar esse tipo de problema porque eu tinha uma preocupação enorme com isso. Esse ano, até agora, houve três casos de W.O. somente. Eu acho lamentável qualquer caso de W.O., porque é um desrespeito com a equipe adversária, com a entidade que está organizando e com os árbitros que estão apitando o jogo.
FD: Como vem sendo driblar a dificuldade já encontrada por gestões anteriores em instaurar uma Comissão Disciplinar?
HH: Com pro atividade, na verdade. Porque existe o Tribunal de justiça Desportiva no Rio que é o trabalho burocrático. Não tem muito mistério para organizar, tem que ter paciência e cumprir os prazos. Então, como é o processo? Você vai ao tribunal de justiça Desportiva do Rio, solicitar que a Liga quer montar um Tribunal Disciplinar e eles pedem para você indicar os membros dessa Comissão. Você pede aos clubes para indicar os membros e monta a comissão, a nossa tem nove membros. Eu envio esses nomes para o Tribunal de Justiça do Rio, eles analisam os nomes e retornam que está “ok”. A partir daí está permitido que se tenha a Comissão Disciplinar. Basicamente é isso.
FD: É interesse da LPD agregar o Fut7 já que os campeonatos da Federação de Futebol7 são agregados a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Fferj)?
HH: É interesse da Liga sim. Só que tem que tomar um cuidado muito grande porque existe uma Liga de fut7 exclusiva em Petrópolis, que não é veiculada a LDP. Eu já conversei com o presidente da Liga, que é o Pedrinho, para que a gente possa unir forças e fazer um trabalho em conjunto. Então a gente já iniciou esse trabalho de parceria, mas assim eu tenho que ter um cuidado enorme sempre para não atropelar a Liga de Futebol7. Que o nosso objetivo é estar somando forças, não quero dividir com ninguém! Quero somar as coisas para que a gente possa ganhar todo mundo junto lá na frente. Quanto mais agremiações quiserem ser braços da Liga serão sempre bem vindas e a gente está aberto para que isso aconteça.
Comments